terça-feira, janeiro 30, 2007

O que lemos por aqui vale alguma coisa?


O crescimento da banda larga possibilitou um acesso maior a Internet e assim, mais serviços puderam ser oferecidos pela rede. Hoje, é possível ouvir jornais das principais rádios, assistir aos principais telejornais e ler os jornais impressos na rede. Ainda assim, surgiu um mercado novo: um jornalismo feito diretamente para a rede mundial de computadores. Apesar da experimentação que esse novo nicho oferece (flogs, blogs, jornais on-line), a maioria das notícias tem um padrão: os textos escritos, acompanhados por vezes de uma foto.

As grandes empresas têm equipes jornalísticas e usam as mesmas estratégias típicas do impresso ou da TV. A abertura da página (a home) possui as chamadas: as notícias mais importantes. Conforme apertamos a barra de rolagem, a página "desce" com as notícias de menor impacto.

Só que na net, perde-se a linha que existe entre o que é uma tentativa de juízo de realidade e o que é simplesmente um juízo de valor.

Vemos em sítios: notícias, colunas, artigos, todos misturados na mesma página, sem observações como: "essa coluna expressa a opinião do autor e não da empresa que mantém esse domínio". Logo, lêem-se as opiniões dos jornalistas, porém escritas de uma forma "jornalística", ou seja, segundo os moldes nos quais estamos acostumados.

Vê-se também pipocar sites de opiniões, como os blogs, que começaram como uma febre adolescente, pois seu uso primeiro foi como diários virtuais e agora é possível encontrar blogs políticos, científicos, de críticas e até mesmo de notícias.

Até onde essas matérias veiculadas são confiáveis? Até onde sabemos, qualquer pessoa com acesso a Internet pode ter um blog e, conseqüentemente, publicar notícias. São essas notícias de fato o que ocorreu, ou há algo de pessoal, de próprio nele? Diria-se que nenhum jornal, independentemente do meio de propagação está livre da subjetividade, ou seja, que sempre há algo de pessoal.

Mas quem é o público-alvo da Internet? Quando um jornal impresso fala bem ou mal do governo ou de um órgão, isso já é esperado por um leitor assíduo do jornal, pois essas opiniões e tomadas de partido que o jornal tem, faz parte de um contrato de leitura existente entre o jornal e o leitor. Esse contrato (tácito) é, na verdade, uma forma de garantir ao leitor que seu universo simbólico esteja ali representado naquelas páginas e ele irá se reconhecer ali. Já na Internet, o conteúdo está acessível a quem está fazendo uma pesquisa em um buscador qualquer (Google ou Altavista). Como esse leitor irá diferençar o que é fato do que é pessoal do escritor. Saberá o que lhe espera se nenhum contrato foi firmado anteriormente?

Ao que parece, aquilo que não tem uma marca conhecida, em boa parte, prima pela ordem do pessoal e aquilo que já faz parte de uma grife, por exemplo, Folha de São Paulo ou O Globo segue exatamente o mesmo contrato previamente estabelecido pelo seu produto impresso, radiofônico ou televisivo.

Assim, vemos que a possibilidade de uma nova esfera no campo midiático traz mais espaços para a declaração de idéias, seja porque o espaço na rede é ilimitado, (porque qualquer leigo em informática pode montar um site) seja porque a relação "custo da informação e distância na qual ela pode chegar" é muito baixa.

Seria "demagogia" dizer que atualmente o poder simbólico dos meios de comunicação de massa está mais difundido? Que hoje todos têm meios de dizer o que pensam como os jornais de grande circulação, por exemplo? A resposta é não. Os sites pessoais têm um público restrito a amigos e conhecidos. O poder de dar visibilidade continua nas empresas já tradicionais do ramo jornalístico, até mesmo porque é quem tem dinheiro para bancar a publicidade dos sites...
É isso,
Frau Carolzinha...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A lua que eu te dei.


Dia desses estava passando na frente de uma loja de colchões. A propaganda da loja para chamar a atenção das pessoas no dia dos namorados eram fragmentos de músicas escritos nas vitrines da loja.

Uma das músicas era "A Lua que eu te dei" do Herbert Vianna, cantada por Ivete Sangalo.

A música ficou martelando na minha cabeça. Principalmente essa parte do "durma bem". Durma bem? Aí veio a dúvida: será que isso é um eufemismo para o popular descanse em paz? Será que o Herbert escreveu essa letra para a sua falecida esposa Lucy?

O acidente foi no dia 04 de fevereiro de 2001. A música está no CD da Ivete que foi lançado no final do ano 2000, ou seja, a música saiu antes. Não foi uma música escrita diretamente para a morte de Lucy.

"Posso te falar dos sonhos/ das flores/ de como a cidade mudou/ posso te falar do medo/ do meu desejo/ do meu amor/ posso te falar da tarde que cai/ e aos poucos deixa ver no céu A Lua/ que um dia eu te dei"

Não parece que ele está mostrando como as coisas estão agora depois que ela partiu? Além disso, ela deu a ela a Lua. Pessoas apaixonadas costumam fazer isso. Você imagina quantas pessoas poderiam clamar pela posse do satélite?

Quando meus tios reataram um casamento de muitos anos, sabe qual foi um dos gestos que ele fez? Ele ofereceu uma árvore a minha tia. A mais bonita, a mais vigorosa, a mais forte de um caminho que eles sempre passam. No dia em que eu passei nesse caminho com ela, ela me disse toda feliz: "Tá vendo aquela árvore ali? Pois é...ela é minha". É uma forma de dizer implicitamente o quanto a gente gosta de alguém. É caso da Lua.

"Posso falar da tarde que cai/e aos poucos deixa ver no céu a Lua/ que um dia eu te dei/ pra brilhar/ por onde você for/ me queira bem/ durma bem/ meu amor".

Lindo né? Virou propaganda de colchão...
Durma bem!!! hehehehehe...
É isso,
Frau Carolzinha...