segunda-feira, agosto 13, 2007

Minha Pasárgada é aqui!


Sirene de uma ambulância na rua ao lado, o despertador, mais uma vítima das fatalidades no trânsito. Um grupo de jovens espancam uma empregada doméstica, o café da manhã, 50 milhões de brasileiros passaram fome, segundo o mapa do fim da fome no Brasil da fundação Getúlio Vargas, o almoço. A escassez de água no mundo, o jantar.
Socorro! É o meu último pedido antes de dormir, sem a certeza de que no dia seguinte estarei viva para presenciar mais um capítulo lamentável desta vida, com essa atitude profundamente pessimista da vida, sinto-me como Álvares de Azevedo, contudo com essa vontade louca de fugir, acabo por aludir à Bocage.
Admiro Saramago que encontrou sua “terra perfeita” paradoxalmente em meio a tanta miséria, na África, entretanto sabemos que não existe esse lugar perfeito, nós é que fazemos determinado local se tornar adequado segundo nossos anseios.
Quero minha Lazarote ou Pasárgada... não sei! Mas quero e preciso de outra realidade, eu disse REALIDADE, pois fugir daqui para outro lugar não solucionaria meu problema, embarcar em um avião e fugir? Não !! Até porque na atual situação, isso seria o mesmo que me atirar de um prédio.
Acordar com o cantarolar dos pássaros, brincar com as nuvens, ver as crianças na escola, admirar o pôr-do-sol sem medo da noite que se aproxima e poder esquecer a porta de casa aberta e mesmo assim dormir tranqüila são requisitos básicos para a minha Pasárgada.
É isso,
Frau Carolzinha.

terça-feira, janeiro 30, 2007

O que lemos por aqui vale alguma coisa?


O crescimento da banda larga possibilitou um acesso maior a Internet e assim, mais serviços puderam ser oferecidos pela rede. Hoje, é possível ouvir jornais das principais rádios, assistir aos principais telejornais e ler os jornais impressos na rede. Ainda assim, surgiu um mercado novo: um jornalismo feito diretamente para a rede mundial de computadores. Apesar da experimentação que esse novo nicho oferece (flogs, blogs, jornais on-line), a maioria das notícias tem um padrão: os textos escritos, acompanhados por vezes de uma foto.

As grandes empresas têm equipes jornalísticas e usam as mesmas estratégias típicas do impresso ou da TV. A abertura da página (a home) possui as chamadas: as notícias mais importantes. Conforme apertamos a barra de rolagem, a página "desce" com as notícias de menor impacto.

Só que na net, perde-se a linha que existe entre o que é uma tentativa de juízo de realidade e o que é simplesmente um juízo de valor.

Vemos em sítios: notícias, colunas, artigos, todos misturados na mesma página, sem observações como: "essa coluna expressa a opinião do autor e não da empresa que mantém esse domínio". Logo, lêem-se as opiniões dos jornalistas, porém escritas de uma forma "jornalística", ou seja, segundo os moldes nos quais estamos acostumados.

Vê-se também pipocar sites de opiniões, como os blogs, que começaram como uma febre adolescente, pois seu uso primeiro foi como diários virtuais e agora é possível encontrar blogs políticos, científicos, de críticas e até mesmo de notícias.

Até onde essas matérias veiculadas são confiáveis? Até onde sabemos, qualquer pessoa com acesso a Internet pode ter um blog e, conseqüentemente, publicar notícias. São essas notícias de fato o que ocorreu, ou há algo de pessoal, de próprio nele? Diria-se que nenhum jornal, independentemente do meio de propagação está livre da subjetividade, ou seja, que sempre há algo de pessoal.

Mas quem é o público-alvo da Internet? Quando um jornal impresso fala bem ou mal do governo ou de um órgão, isso já é esperado por um leitor assíduo do jornal, pois essas opiniões e tomadas de partido que o jornal tem, faz parte de um contrato de leitura existente entre o jornal e o leitor. Esse contrato (tácito) é, na verdade, uma forma de garantir ao leitor que seu universo simbólico esteja ali representado naquelas páginas e ele irá se reconhecer ali. Já na Internet, o conteúdo está acessível a quem está fazendo uma pesquisa em um buscador qualquer (Google ou Altavista). Como esse leitor irá diferençar o que é fato do que é pessoal do escritor. Saberá o que lhe espera se nenhum contrato foi firmado anteriormente?

Ao que parece, aquilo que não tem uma marca conhecida, em boa parte, prima pela ordem do pessoal e aquilo que já faz parte de uma grife, por exemplo, Folha de São Paulo ou O Globo segue exatamente o mesmo contrato previamente estabelecido pelo seu produto impresso, radiofônico ou televisivo.

Assim, vemos que a possibilidade de uma nova esfera no campo midiático traz mais espaços para a declaração de idéias, seja porque o espaço na rede é ilimitado, (porque qualquer leigo em informática pode montar um site) seja porque a relação "custo da informação e distância na qual ela pode chegar" é muito baixa.

Seria "demagogia" dizer que atualmente o poder simbólico dos meios de comunicação de massa está mais difundido? Que hoje todos têm meios de dizer o que pensam como os jornais de grande circulação, por exemplo? A resposta é não. Os sites pessoais têm um público restrito a amigos e conhecidos. O poder de dar visibilidade continua nas empresas já tradicionais do ramo jornalístico, até mesmo porque é quem tem dinheiro para bancar a publicidade dos sites...
É isso,
Frau Carolzinha...

sexta-feira, janeiro 26, 2007

A lua que eu te dei.


Dia desses estava passando na frente de uma loja de colchões. A propaganda da loja para chamar a atenção das pessoas no dia dos namorados eram fragmentos de músicas escritos nas vitrines da loja.

Uma das músicas era "A Lua que eu te dei" do Herbert Vianna, cantada por Ivete Sangalo.

A música ficou martelando na minha cabeça. Principalmente essa parte do "durma bem". Durma bem? Aí veio a dúvida: será que isso é um eufemismo para o popular descanse em paz? Será que o Herbert escreveu essa letra para a sua falecida esposa Lucy?

O acidente foi no dia 04 de fevereiro de 2001. A música está no CD da Ivete que foi lançado no final do ano 2000, ou seja, a música saiu antes. Não foi uma música escrita diretamente para a morte de Lucy.

"Posso te falar dos sonhos/ das flores/ de como a cidade mudou/ posso te falar do medo/ do meu desejo/ do meu amor/ posso te falar da tarde que cai/ e aos poucos deixa ver no céu A Lua/ que um dia eu te dei"

Não parece que ele está mostrando como as coisas estão agora depois que ela partiu? Além disso, ela deu a ela a Lua. Pessoas apaixonadas costumam fazer isso. Você imagina quantas pessoas poderiam clamar pela posse do satélite?

Quando meus tios reataram um casamento de muitos anos, sabe qual foi um dos gestos que ele fez? Ele ofereceu uma árvore a minha tia. A mais bonita, a mais vigorosa, a mais forte de um caminho que eles sempre passam. No dia em que eu passei nesse caminho com ela, ela me disse toda feliz: "Tá vendo aquela árvore ali? Pois é...ela é minha". É uma forma de dizer implicitamente o quanto a gente gosta de alguém. É caso da Lua.

"Posso falar da tarde que cai/e aos poucos deixa ver no céu a Lua/ que um dia eu te dei/ pra brilhar/ por onde você for/ me queira bem/ durma bem/ meu amor".

Lindo né? Virou propaganda de colchão...
Durma bem!!! hehehehehe...
É isso,
Frau Carolzinha...

sábado, novembro 18, 2006

Mania? Loucura? Sei lá...



Tem dias que quando a gente cisma com alguma coisa, fica difícil tirar da cabeça. Tem gente que tem mania de tudo, eu também tenho as minhas. Às vezes, não chega a ser uma mania esdrúxula ou irritante. Outras vezes é só um hábito ou "atos realizados com uma certa freqüência", a questão é: Você tem mania de quê?

Conheço gente que tem mania de não ficar parado (seria isso uma mania?). Tem que produzir, tem que se mexer. Será que é algo relacionado aos bons tempos de berço?

Eu tenho mania de cantar alto aquelas músicas que amanhecem comigo. Implicações para esse fato: eu canto muito mal, além disso, a musiquinha normalmente não é nada bacana. Aliás, para grudar feito chiclete, a música quase sempre não é legal. O que me salva, são as semanas antecedentes a shows bem legais na cidade. Como eu ouço as músicas antes de dormir, é inevitável acordar com vaga lembrança delas.

Quem convive comigo, já me ouviu cantar Chove Chuva (versão Biquíni Cavadão totalmente sem ritmo) umas 857 vezes. Principalmente a parte do "derererere derere derere re ieee ieee ooo"

Hábito estranho é o da minha mão esquerda. Como ela tem vontade própria, faz tudo, sempre e sozinha. Sabe aquele papo de "o que você faz com a mão esquerda? Coçar o ombro direito..." nem isso, meu filho, nem isso...

Outra que não dispenso é segurar no corrimão da escada. Afinal de contas, desde que eu comecei a seguir esse pequeno procedimento de segurança, o número de quedas sofrido pela minha pessoa diminuiu consideravelmente. (veja bem, diminuiu e não zerou...)

Mania de colocar frases na boca de quem nunca imaginou falar aquilo? Já perdi as contas de quantas vezes eu citei Karl Marx, mas com certeza absoluta, a minha preferida é: "Segundo Karl Marx, a intimidade gera o abuso".

Se alguém ainda responde: caramba, Marx disse isso? Arremato: Sim, numa obra paralela em que ele versa sobre coisas prosaicas do cotidiano...

É isso,
Frau Carolzinha

sábado, agosto 26, 2006

Isso também passa


Certo dia um sacerdote percebeu a seguinte frase em um pergaminho pendurado aospés da cama de seu mestre:"isso também passa".Com a curiosidade de cada ser humano resolveu perguntar:"Mestre, o que significa essa frase?"E o mestre sem titubear lhe responde: A vida nos prega muitas peças, que podemser boas ou não.Mas tudo significa aprendizado.Recebi esta mensagem de um anjo protetor num desses momentos de dor onde quaseperdi a fé.Ela é para que todos os dias antes de me levantar e de me deitar possa ler erefletir, para que quando tiver um problema, antes de me lamentar eu possa melembrar que"isso também passa",E para quando estiver exaltado de alegria, que tenha moderação e possa encontraro equilíbrio, pois"isso também passa",Tudo na vida é passageiro assim como a própria vida, tanto as tristezas comotambém as alegrias. Praticar a paciência e perseverar no bem e nas boas açõester simplicidade, fé e pensamentos positivos mesmo perante as mais difíceissituações é saber viver e fazer da nossa vida um constante aprendizado.É ter a consciência de que todas as pessoas erram, de que o ser humano ainda éum ser imperfeito em busca da perfeição e por isso até saber que se muitas vezesnos decepcionamos com pessoas é porque esperamos mais do que elas estãopreparadas para dar, dentro de seu contexto e grau de compreensão.Deste modo, meu amigo, toda vez que olho para essa frase, meu coração se aquietae a paz me invade, pois sei que"isso também passa".

domingo, julho 16, 2006

FANTÁSTICO




Dois...
Apenas dois.
Dois seres...
Dois objetos patéticos.
Cursos paralelos
Frente a frente...
...Sempre...
...A se olharem...
Pensar talvez:
“ Paralelos que se encontram no infinito...”.
No entanto sós por enquanto.
Eternamente dois apenas.

Dois - Errante


Pablo Neruda

domingo, julho 09, 2006

Hunm..hunm